“A fidelidade do joelho”...
Pouco tenho procurado, muito
tenho encontrado, estava aqui, estava ali, estava em todos os lugares... Das
inúmeras perguntas que tenho feito, poucas respostas, é o que tenho obtido. E
muitas pessoas nem sequer, pelo menos, sequer, tenham se, ou, perguntado a alguém.
São simples as perguntas que, de modo geral, têm grandes efeitos de dominação,
sobre nós, digo: classe dos dominados (povo de baixo status), pois os
dominantes (povo de alto status), poucos são submetidos a esses efeitos.
São essas as perguntas: por que
somos obrigados a fazer coisas absurdas, ridículas que são irrelevantes para a iminência
obtenção do resultado ou, de tão pouca importância, como por exemplo, ser
coagido a manter seu símbolo? É viver sob uma “condicional psicológica tácita”,
como ser associados a pequenos e desnecessários estímulos para a sua conclusiva
obediência. Não estou tentando criar um estado anarquista, pois de modo geral e
literal, me fundamento da “ética” e “moral”, não me opondo contra elas, mas, isto
é nítido que, a moral e seus estudos éticos são os mecanismos de onde se
fundamentam para ditar essas regras exorbitantes, desgastantes, às vezes
desnecessárias e de efeito repressor.
Para melhor entendimento,
traçarei alguns pontos de efeitos “AMORAIS” recaídos sobre os cidadãos. Em uma
das minhas pequenas pesquisas realizadas em dois restaurantes, um para a classe
alta e o outro, para a classe baixa (os menos ricos). Em meio à pesquisa, pude
constatar o inverso da moralidade entre ambos, no restaurante formal, um
excelente garçom só poderia começar a trabalhar depois que passasse por uma
vistoria, na qual era exigido: unhas bem cortadas, cabelos curtos e penteados
e, de barba feita de forma que, não ficasse um fio sequer. Este mesmo garçom
vai fazer uma extra no outro restaurante citado, ele consegue exercer o seu
trabalho perfeitamente. O garçom que nunca antes pôde trabalhar de barba, nesse
restaurante ele pôde.
Em outro exemplo, narrarei um
pequeno caso fictício. Caso do professor advogado;
João Benedito estudou em escolas
públicas, concluiu a faculdade de direito em universidade privada, aproveitou
100% do seu curso, é aprovado no primeiro exame da ordem, faz pós-graduação na
USP e viaja para a Alemanha para estudar direito e filosofia do direito. Lá,
ele faz mestrado em ciências políticas, doutorado em sociologia jurídica,
pós-doutorado em direito constitucional e, ainda, estuda filosofia do direito.
Cursos concluídos na Universidade Humboldt de Berlim (35º), melhor Universidade
do mundo em direito.
João chega ao Brasil, ainda em
mudança, ele pega um caso para resolver, seria uma ação de defesa na esfera
penal. Ele como havia chegado a poucos dias de viagem, vai rever os amigos e,
com isso, dorme por lá mesmo. No dia seguinte, seria o dia da sua audiência,
João sem um terno para vestir e seu amigo como era bem maior que ele, não pôde
empresta-lhe um terno. Sem tempo para chegar até sua casa, João decide ir como
está: calça jeans, camiseta polo e tênis. Já na audiência, o juiz pergunta:
quem é o advogado de defesa? João, logo se pronuncia como o advogado de defesa.
O juiz levanta-se rapidamente, bate o martelo e fala em voz alta: para fora do
meu tribunal, aqui não é uma balada para você vir vestido como quer!
O caso do professor advogado, foi um caso fictício, mas
analise este, que é, um fato real: “A União deve indenizar em R$ 10 mil o dano
moral sofrido por um trabalhador que teve que se retirar da audiência porque
calçava chinelos de dedos. A sentença é da juíza Marize Cecília Winkler, da 2ª
Vara Federal de Cascavel (PR). A União já apelou ao Tribunal Regional Federal
da 4ª Região. É costume do juiz que cancelou a audiência assim fazer quando as
partes não trajam vestimentas adequadas. Cabe recurso. As informações são
do
Espaço Vital”. (
http://www.conjur.com.br/2011-mar-04/uniao-indenizar-homem-teve-audiencia-adiada-usar-chinelo).
Então, voltando ao primeiro caso, o garçom com um pouco de
barba desequilibraria a bandeja no primeiro restaurante citado? Ele com o
cabelo um pouco maior, recepcionaria os cliente de formal informal, esdrúxula
ou de qualquer outra forma ante-cidadão? E o caso do professor advogado, a
camiseta, a calça jeans e o tênis condizem com o seu certificado, com o seu
profissionalismo, conhecimento ou com a sua pessoa judicial e
extrajudicial? O juiz antes de expulsar
de forma grosseira o advogado, não poderia pensar como seria uma sentença dada
por ele de toga e, uma sem a toga? O seu jeito de vestir, mudaria o resultado
da sentença, uma seria "contenciosa" e a outra não?
Eu, como estudante de direito e autor deste pequeno texto
crítico, pergunto-lhes:
A minha ideologia está voltada ao pensamento anarquista,
fascista, sofista ou, pode se resumir como um imoral e mal educado estudante?
Deixo-lhes um lembrete, a corrupção morre a cada anoitecer e, como ela morre,
consequentemente, ela tem que nascer, assim, se faz o preconceito, o racismo e
as diferenças sociais...
...Valci Medeiros.